quarta-feira, 28 de abril de 2010

Um grande amor...

Stella estava sentada na sala. Era inverno. Mas o maior frio que ela sentia vinha de dentro. Da alma.
Jamais ela sentira tanto medo da tempestade, dos ventos gelados e da chuva. É que agora estava sozinha.
Seu querido David havia morrido há 3 meses. Ela jamais poderia imaginar que sentiria tanto a sua falta.

Desde que o diagnóstico de câncer terminal chegara, ela se preparara para a morte dele.
Ele também. Homem organizado, deixara toda a papelada em ordem.
Dinheiro não lhe faltaria para as necessidades. Ele pensara em tudo.
Mas a ausência dele era terrível.

Ao terceiro toque da campainha, ela se levantou para atender a porta.
Antes, olhou pela janela, um pouco desconfiada. Afinal, havia tantos assaltos.
Era um rapaz com uma caixa grande. Viu o carro de entregas estacionado em frente ao portão.
Abriu a porta e o ar gélido entrou, tomando conta da sala inteira.
É a senhora Araújo? -perguntou o funcionário.
Ao sinal afirmativo de Stella, ele pediu licença para entrar e colocou a caixa no meio da sala.
Antes que pudesse indagar qualquer coisa, o entregador, jovial, foi explicando:
A senhora nos desculpe. Era para entregar somente na véspera do Natal. Porém, hoje é o último dia de expediente no canil. Espero que a senhora não se importe.

Entregou-lhe um envelope, abriu a encomenda e retirou o presente: um filhote de cão Labrador.

A carta explica tudo, continuou o rapaz. O cão foi comprado em julho, quando a mãe dele estava prenhe.
Ele tem seis semanas de idade e é um cão doméstico.
A senhora espere um pouco que vou buscar o restante da encomenda.
Largou o cãozinho e ele foi se sentar aos pés de Stella, fungando feliz e olhando para ela.
O restante da encomenda era uma caixa enorme de alimentos para cães, uma correia e um livro Como cuidar de seu cão Labrador.





Stella continuava parada, estática. Acabara de reconhecer no envelope a letra de David.
Quando o entregador se foi, ela andou de volta até a sua poltrona. Tremia inteira.
O cãozinho ficou ali, olhando-a ainda com seus olhos castanhos, à espera de um afago.
A carta não era longa mas repassada de carinho.
David a escrevera antes de morrer e a deixara com o proprietário do canil. Era seu último presente de Natal.
Ele havia comprado o animal para lhe fazer companhia. A carta era cheia de amor e lhe dava ainda conselhos e incentivo para que fosse forte, até o dia em que voltariam a ficar juntos, na espiritualidade.
Ela olhou para o cãozinho e estendeu a mão para o apanhar. Segurou-o nos braços. Pensou que fosse pesado, mas tinha o peso e tamanho da almofada do sofá.
O animalzinho de pelos castanhos lhe lambeu o queixo e se aninhou em seu pescoço.
Ela chorou de saudade. Ele ficou ali, quietinho.
Então, criaturinha, aqui estamos você e eu.
O cachorrinho fungou, concordando, pondo sua língua rosada para fora.
Stella sorriu.
Então, vamos para a cozinha fazer uma sopa? Vou lhe dar ração e depois leremos um bom livro, juntos. Que acha?
O cãozinho latiu e abanou a cauda, como se tivesse entendido exatamente o sentido de cada uma das palavras.
E acompanhou Stella até a cozinha.

Na sua imensa sabedoria, Deus criou os animais para auxiliar o homem em suas tarefas, tanto quanto para lhe prover algumas necessidades.
Também para servir de amparo aos que andam sós, aos famintos de afeto.
Tornam-se muitas dessas criaturas, em sua missão de servirem ao homem, excelentes zeladores de vidas humanas.
Ao homem cabe amparar-lhes as vidas e retribuir-lhes com cuidados a atenção e devotamento.
São também eles a manifestação do amor de Deus na Terra.
Do livro Histórias para o coração, de Alice Gray (organizadora), ed. United Press.

7 comentários:

  1. Poxa Vivian, muito bom este texto.. simplesmente emocionante.. adorei. parabéns.. seu blog é ótimo.

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  2. Obrigada Liev...Realmente é muito lindo mesmo,recebi hj por e mail...Por isso que já postei e tb pq eu tenho uma labradora,minha filhota linda Kyra...Obrigada pela visita e pelo carinho,seja sempre bem vindo...Bjo!

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  3. Oieee Vivi,adorei o texto e mais ainda as ftos fofas dos dogs,que vontade de morder cada fussa rsrs...sempre gosei do seu blog,porem ultimamente vc anda se superando mais ainda nas escolhas dos textos!!perfeito!!amooooo e sábado estamos aí!! rsrsrs!!beijinhosss

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  4. Oi Vivian!! Esse texto é realmente lindo, mesmo eu não sendo muito fã de animais de estimação, pois tenho meus motivos...
    De qualquer forma, achei-o muito envolvente e profundo, não restando a menor dúvida sobre a verdadeira razão para a existência destes seres...
    Abraços

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  5. *Cah..Vc viu que gra,ca...A Keninha me mandou ontem por e mail e como sendo Labrador,já logo lembrei de minha filhota e postei...As fuças são lindas mesmo...E o pior é escolher entre tantas imagens no Google,rs...Obrigada pelo carinho,que bom q está gostando das postagens...Ando mesmo inspirada ultimamente,rs...Bjaum,amoooo!
    *Quinca...Totalmente compreensível o fato de não gostar de animais de estimação,assumir e não tê-los...Melhor que essas pessoas que tem e maltratam,mas bom mesmo é vc concordar com a missão deles aqui na Terra,a minha é tudo na minha vida,ela sempre q está comigo,me ampara e dá alegria qdo não estou bem...Ela me supre em muitas coisas nas quais me faltam...ela me traz alegria e tem um amor totalmente verdadeiro e o melhor,sem interesse nenhum...Obrigada pela visita,bjaum!

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  6. Oi Vivi....seu blog está maravilhoso!!!!!Realmente vc está se superando menina!!!!Fiquei feliz que colocou o texto que te enviei...achei lindo e lembrei da sua bebe, por isso te mandei.
    Amo vc minha primuxa linda!!!!

    bjosssssss

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  7. Keninha minha querida...Obrigada pela visita e pelo elogio...É lógico que eu tinha que colocar né,rs...Me emocionei muito,realmente o texto é maravilhoso...Qto ao meu blog,é que tive uma ótima fonte de inspiração,uma pessoa que tb sabe fazer maravilhas nesta área...VOCÊ!Rs...Bjaum e tb amooo muitão maninha!!

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