segunda-feira, 21 de junho de 2010

Desconstruindo Amélia...(Pitty)

Já é tarde,tudo está certo
Cada coisa posta em seu lugar
Filho dorme,ela arruma o uniforme
Tudo pronto pra quando despertar
O ensejo a fez tão prendada
Ela foi educada pra cuidar e servir
De costume esquecia-se dela
Sempre a última a sair
Disfarça e segue em frente
Todo dia,até cansar
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa,
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Nem serva,nem objeto
já não quer ser "o outro"
hoje ela é um "também"
A despeito de tanto mestrado
Ganha menos que o namorado
E não entende o porquê
Tem talento de equilibrista
ela é muitas,se você quer saber
Hoje aos trinta é melhor que aos dezoito
Nem Balzac poderia prever
Depois do lar,do trabalho e dos filhos
Ainda vai pra night ferver
Disfarça e segue em frente
Todo dia até cansar
E eis que de repente ela resolve então mudar
Vira a mesa,
Assume o jogo
Faz questão de se cuidar
Nem serva,nem objeto
já não quer ser "o outro"
hoje ela é um "também"

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Silêncio!


Silenciem as máquinas
Rasguem as máscaras
Silêncio!
A poesia quer cantar
Silenciem as mentes
Adiem as coisas urgentes!
Silêncio!
A alma quer sentir!
Silenciem os medos
Desvendem os segredos!
Silêncio!
O coração quer confessar
Silenciem,ouçam a razão da vida!
Em seu começo,ou despedida
Silêncio!
O amor quer falar!
(Lu)

terça-feira, 15 de junho de 2010

Arquivo Secreto...






No estado em que me achava,meio acordado,meio dormindo,me vi dentro de uma sala.Não existia nada de interessante nela,exceto uma parede cheia de gavetas para cartões.Aqueles cartões que existem em bibliotecas públicas,de arquivos de livros,etc.Mas estes arquivos,além de irem do chão ao teto,pareciam não ter fim e tinham também títulos bem diferentes.
Quando me aproximei destes arquivos,o primeiro título a me chamar a atenção foi"Garotos de quem eu gostei".Abri-o e comecei a ver os cartões um por um para logo fechar a gaveta,surpresa em reconhecer os nomes ali escritos.
De repente,sem ninguém precisar me dizer,descobri onde estava.Esta sala sem vida,era,na realidade,o catálogo de minha vida.Aqui estava tudo organizado por ações,todos os meus momentos,grandes e pequenos,em detalhes que minha mente não podia acompanhar .Um senso de curiosidade e espanto misturado com horror surgia dentro de mim ao abrir cada gaveta para descobrir seu conteúdo.Algumas me traziam belas alegrias e contentamento,saudade e memórias.Outras me traziam uma vergonha tão grande que olhei por detrás de mim para ver se havia alguém me espiando.O arquivo entitulado "Amigos" estava ao lado do arquivo "Amigos que traí".Os títulos íam do mero mundano à extrema loucura:"Livros que li","Mentiras que contei", "Conselhos que dei","Piadas das quais ri".Alguns eram hilariantes devido a sua exatidão:"Coisas que gritei aos meus irmãos."Em outros não havia a menor graça:"Coisas que fiz quando estava com raiva","Palavras que proferi contra meus pais por trás deles".Eu não parava de me surpreender com cada conteúdo que se apresentava.Alguns arquivos tinham normalmente mais cartões do que eu esperava.E outras vezes,menos do que eu sonhava.Eu estava estupefato com o volume de coisas que fiz durante minha curta vida.Como eu pude ter tido o tempo necessário para escrever esses milhões de cartões,cada um em sua exatidão?!?!?Mas cada cartão confirmava uma verdade.Cada um deles eu havia escrito com meu própio punho e constava minha assinatura em todos.
Quando puxei o arquivo:"Erros que cometi",vi que o arquivo crescia para conter todo o seu conteúdo.Depois de puxar uns 4 ou 5 metros resolvi fechá-lo mais envergonhado do que nunca.Não somente pela qualidade depravada do seu conteúdo,pelas pessoas que magoei e também pelo vasto tempo perdido em minha vida que todo aquele arquivo representava.
Cheguei então em um arquivo entitulado "Atitudes imorais".Senti um calafrio percorrer todo o meu corpo.Abri a gaveta somente um pouquinho,pois não estava a fim de testar o tamanho,e tirei um dos cartões.Fiquei todo arrepiado com o conteúdo.Senti-me muito mal em saber que estes momentos haviam sido gravados.Uma raiva animal tomou posse de mim.Um pensamento então me disse:"Ninguém deve saber da existência desses cartões!Ninguém deve entrar nesta sala!Tenho que destruir tudo!".Em frenéticos e loucos movimentos puxei uma das gavetas,estendendo metros e metros de conteúdo infinito.O tamanho do arquivo não importava nem o tempo que eu levaria para destruí-lo.
Quando a gaveta saiu,joguei-a no chão,de cabeça para baixo,e descobri que todos os cartões estavam grudados!Fiquei desesperado e peguei um bolo de cartões para rasgá-los.Não consegui. Peguei um só então.Era duro como aço quando tentei rasgá-lo.Derrotado e cansado,retornei a gaveta de volta ao seu lugar e encostando minha cabeça contra a parede,deixei um triste suspiro sair de mim.
Foi então que eu vi:um arquivo novo,como se nunca tivesse sido usado.A argolinha para puxar brilhando de limpa debaixo do título:"Pessoas com quem falei de Cristo".Puxei o arquivo - 5 centímetros de comprimento.Eu podia conter os cartõezinhos em minha mão.Aí,então,as lágrimas vieram.Comecei a chorar.Soluços tão profundos que machucavam meu estômago e me faziam tremer todo.Caí de joelhos e chorei mais e mais.Chorei de vergonha,de pura vergonha.A infinita parede de arquivos,já embaçada pelas minhas lágrimas olhava de volta para mim,imóvel,insensível.Pensei:"Ninguém pode entrar aqui.Tenho que trancar esta sala e destruir ou esconder as chave."
Quando tentava enchugar as lágrimas eu O vi.Não!Ele não!Não aqui!Todo mundo,menos Jesus!Olhei-O,sem poder fazer nada,enquento ele aproximou-se das gavetas e começou a abrí-las,uma por uma,lendo os seus conteúdos.Eu não podia ver a qual era a Sua reação.Nos momentos em que tomava coragem suficiente para olhar em Seu rosto,eu via uma tristeza bem mais profunda do que a minha.E parece que Ele ía exatamente nos piores títulos.E Ele tinha que ler cartão por cartão?Finalmente,Ele virou-se e ficou me olhando,desde o outro lado da sala onde estava.Olhou me com dó em Seus olhos.Não havia nenhuma raiva.Abaixei a cabeça e comecei a chorar,cobrindo minha face com as mãos.Ele andou até mim,abraçou-me,mas não me disse nada.Ah!Ele poderia ter dito tantas coisas!Mas não abriu a boca. Simplesmente chorou comigo. Depois levantou-se e dirigiu-se para primeira fila de arquivos.Abriu a primeira gaveta,numa altura que eu não alcançava,tirou o primeiro cartão e assinou o Seu nome.E assim começou a fazer com todos os cartões.Quando percebi o que Ele estava fazendo gritei"Não!"bem alto,correndo em Sua direção.Tudo o que eu podia dizer era"Não!""Não!".Seu nome não deveria estar nesses cartões.Mas ali estava,num vermelho tão rico,tão escuro e tão vívido.O nome de Jesus cobriu o meu.Estava escrevendo com Seu próprio sangue.Ele olhou para mim um tanto triste e continuou a assinar.Nunca entenderei como Ele assinou todos os cartões tão depressa,pois quando me dei conta,Ele já estava ao meu lado.Colocou a mão no meu ombro e disse-me:"Eu,eu mesmo,sou o que apago as tuas transgressões,e dos teus pecados não me lembro","Está consumado."Levantei-me e Ele levou-me para fora daquela sala.Não existia fechadura na porta,e ainda existem muitos cartões a serem escritos...

Se você se sente da mesma maneira,ainda há tempo de você mudar,e deixar Jesus usá-lo como instrumento para que o Seu amor possa tocar em outras vidas.

Meu arquivo"Pessoas com quem falei de Cristo"está um pouquinho maior agora.

(Autor Desconhecido)

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Aviso para quem visitar a minha casa...

  1. Seja bem vindo
  2. Lembre-se de que o cachorro vive aqui.Você não!
  3. Se você não quer pêlos de cachorro em suas roupas,fique longe dos móveis.
  4. Sim,o cachorro tem hábitos desagradáveis.Eu também,assim como você.E daí?
  5. CLARO que eles cheiram a cachorros.Já percebeu como nós,humanos,cheiramos ao final de um dia de trabalho?Coloque-se no lugar de alguém que tem um olfato 400 vezes mais sensível que o seu e sempre o receberá com explosões de carinho no retorno ao lar.
  6. É da natureza deles tentar cheirar você.Por favor,sinta-se à vontade para cheirá-los também.
  7. Se existisse algum risco do cachorro mordê-lo,eu não o deixaria se aproximar de você.Porém,não posso impedi-lo de responder a agrassões,as quais podem ocorrer até em pensamentos,seja para com ele,seja para comigo a quem devotam fidelidade.Os cachorros percebem,tenha certeza.
  8. Você já tentou beijar alguém e recebeu em troca um empurrão?Se um cachorro tentar lambê-lo é porque você aprova sua preseça e quer demonstrar isso carinhosamente a você;e lembre-se que cachorros não mentem ou fingem.
  9. Aqui o cachorro recebe devidos cuidados veterinários ,alimentação sadia e cuidados higiênicos.Sua companhis é altamente recomendada pelos médicos,e a maioria das doenças que contraímos ao longo da vida com certeza nos são transmitidas por outros humanos.
  10. Há diversas situações nas quais cachorros são preferíveis a pessoas.Afinal de contas,sempre podemos contar inteiramente em sua fidelidade e sinceridade.
  11. Para alguns eles são simples cachorros.Para mim são filhos adotivos que andam de 4 e não falam tão claramente.Eu não tenho problema em nenhum desses pontos.E você?
  12. Volte sempre que quiser,pois será bem vindo.Até pelo cachorro.Eles são mais sensíveis que nós,bastando se aproximar para distinguir com clareza verdadeiros amigos de pessoas falsas.
  13. (A.D)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sobre Castelos e Demolições...(Serpente Angel)


Em quantas vezes somos testados?
Onde é o limite de nossa capacidade?
Quantas perdas afetivas nos fazem querer a morte?
Muitas vezes matamos aquilo que mais amamos para não morrer...
Até que ponto somos fortes?
Até onde vai a nossa capacidade de perdoar?
Até onde somos capazes de nos reconstruir-mos?
Dar a volta por cima e reerguer novos castelos...
Até que ponto conhecemos a verdadeira história de cada rosto?
Qual a essência por trás de cada palavra?
Por qual motivo?
O que de fato é apenas poesia?
Ou quem sabe meras palavras...
Onde começam a sangrar as palavras para estancar ou reerguer cada um destes?
Até que ponto podemos minar,extirpar,reduzir,construir ou esmagar alguém com as nossas palavras?
Que lições tomar de cada dia que surge?
O que somos?
O que eu sou?
O que tu és?
Até que ponto podemos demolir ou ajudar a construir o castelo desse outro que mal sabemos?

terça-feira, 8 de junho de 2010

Se eu fosse uma rosa...


Ah...Se eu fosse uma rosa
seria uma rosa branca
distribuiria paz
receberia paz
e viveria entoando mantras
olhando pétalas brancas
trans-lúcidas
transcendem dimensões oníricas,líricas,brandas
Ah...Se eu fosse uma rosa
seria uma rosa amarela
para colocar na lapela
passear cheirando a cravo e canela
e,ainda,nas tardes de sábado
quase cheirando a perfume de noite
observaria a lua debruçada na janela
que bela
Ah...Se eu fosse uma rosa
seria uma rosa vermelha
e,em todos os cantos de cada canto do mundo
espalharia amor em telhados,telha por telha
preencheria de luz os becos escravos escuros imundos
juntaria vozes diversas em em tons de vida cantaríamos a divina centelha
dançaríamos ao som de cantos gregorianos,robertianos,herbertianos
aproveitaríamos os lúdicos pulos da pequena ovelha
Ah...mas se eu fosse uma rosa
seria
simples-mente
rosa
(Vania de Castro)

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Uma relação tem que servir para você se sentir
100% à vontade com outra pessoa,
à vontade para ter sexo sem não-me-toques ou para
cair no sono logo após o jantar,pregado.

Uma relação tem que servir para você ter com quem
ir ao cinema de mãos dadas,para ter alguém que instale
o som novo enquanto você prepara o omelete
para ter alguém com quem viajar para um país distante,
para ter alguém com quem ficar em silêncio
sem que nenhum dos dois se incomode com isso.

Uma relação tem que servir para,ás vezes,
estimular você a se produzir,e,
quase sempre,estimular você a ser do jeito que é,
de cara lavada e bonita a seu modo.

Uma relação tem que servir para um e outro
se sentirem amparados nas suas inquietaçoes,
para ensinar a confiar,a respeitar as
diferenças que há entre as pessoas,
e deve servir para fazer os dois se divertirem demais,
mesmo em casa,pricipalmente em casa.

Uma relação tem que servir para cobrir as
despesas um do outro num momento de aperto,
e cobrir as dores um do outro num
momento de melancolia,
e cobrirem o corpo um do outro quando o cobertor cair.

Uma relação tem que servir para um acompanhar
o outro ao médico,para um abrir a garrafa de vinho
e para o outro abrir o jogo,e para os dois
abrirem-se para o mundo,
cientes de que o mundo não se resume aos dois.
(Drauzio Varella)

terça-feira, 1 de junho de 2010