sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Portas...


Se você abre uma porta, você pode ou não entrar
em uma nova sala.
Você pode não entrar e ficar observando a vida.
Mas se você vence a dúvida, o temor, e entra,
dá um grande passo: nesta sala vive-se!
Mas, também, tem um preço...

São inúmeras outras portas que você descobre.
Às vezes curte-se mil e uma.
O grande segredo é saber quando e qual porta 
deve ser aberta.
A vida não é rigorosa, ela propicia erros e acertos.
Os erros podem ser transformados em acertos
quando com eles se aprende.

Não existe a segurança do acerto eterno.
A vida é generosa, a cada sala que se vive,
descobre-se tantas outras portas.
E a vida enriquece quem se arrisca 
a abrir novas portas.
Ela privilegia quem descobre seus segredos
e generosamente oferece afortunadas portas.

Mas a vida também pode ser dura e severa.
Se você não ultrapassar a porta,
terá sempre a mesma porta pela frente.
É a repetição perante a criação, é a monotonia
monocromática perante a multiplicidade das cores,
é a estagnação da vida...

Para a vida, as portas não são obstáculos
mas diferentes passagens!"

(Içami Tiba)

Do Livro: Amor, Felicidade & Cia.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Lenda do fósforo...

(...)"Minha avó,Luz do Amanhecer que era uma índia kickapoo dizia que todos nascem com uma caixa de fósforo dentro de si...Mas não podemos acendê-los sozinhos.Necessitamos,como em uma experiência de oxigênio e da ajuda de uma vela.Só que,em nosso caso o oxigênio deve vir do hálito da pessoa amada...a luz da vela pode ser qualquer coisa.Uma melodia,uma palavra...uma carícia,um som...qualquer coisa que dispare o detonador e acenda um dos fósforos.
Agora,cada pessoa tem que descobrir quais são seus detonadores para poder viver...porque é a chama de apenas um fósforo que nutre a alma de energia.
Se não há detonador para os fósforos,a caixa umedece e jamais poderemos acender nenhum deles.Há muitas maneiras de secar uma caixa de fósforos úmida.Pode ter certeza de que tem remédio.Claro que também é importante acender os fósforos um por um...porque se uma emoção intensa acender a todos de uma vez...produzirá um resplendor tão forte que aparece diante de nossos olhos um túnel esplendoroso que nos mostra o caminho que esquecemos ao nascer e nos chama  de volta à nossa perdida origem divina."
(Do filme:Como água para chocolate...Lindo!)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Sobre a mulher que se faz de vítima...


'Não tenho nada contra mulheres arrogantes, pretensiosas, arrivistas, carreiristas, fatais. Não me importo. O sadismo não me incomoda, expressa vontade e determinação, ainda que insuportavelmente exageradas.


O que me provoca alergia é a mulher-vítima (assim como existe o homem-vítima), a que se considera injustiçada por antecipação. Vítima do mundo, de si, que conspira contra qualquer boa notícia, que desconfia do otimismo e se empenha para a tragédia. Ela não lutará pelo seu talento, vai logo se desculpar ou esperar que tudo fique igual.

Será extremista: ou é como ela quer ou não vale. Não aceita gradações, modulações, intervalos. Não respeita meio-termos, demora, paciência. Carrega sua verdade para todas as mentiras.

No primeiro confronto com os pais, replica: "não pedi para nascer". Na primeira resistência: "nada funciona comigo". Na discussão de casal: "eu não o mereço". Na primeira celebração: "não sei por que você me escolheu". No primeiro filho: "ele não se parece comigo".

A mulher-vítima se defendeu do que podia na infância. Agora nem a infância a acalma. É vingativa. Só que não com os outros. Renuncia e abdica de sua própria história para provar que tinha razão.

Ela se enxerga como a última das criaturas. Aliás, a penúltima das criaturas, pois se lembrará das baratas ao pensar nisso. Não seria capaz de casar consigo mesma. Não que não seja bonita, inteligente, sensível. É, na maioria das vezes. Mas não suporta a idéia de fracassar e fracassa na véspera por não controlar a ansiedade. Não que tenha medo de fracassar, esse é o problema: tem certeza de fracassar.

A mulher-vítima tropeça já avisando como vai cair. Faz a derrota premeditada. Não economiza água para contar os dramas, e toma os dramas dos outros como seus. Se ela usasse todo o discurso quando se lamenta para dar certo, não haveria concorrência.

A mulher-vítima não desabafa, chora antes. Em algum momento, não foi vítima. Em algum momento, se sentiu traída e não trocou de papel.

A mulher-vítima se isola, acha que ninguém entenderá seu sofrimento. Não permite que sua angústia converse com estranhos. Ou que sua alegria tenha amigos. A mulher-vítima é uma mãe que não deixa o corpo sair dessa encarnação.

É como o fogo, começa uma história e não consegue terminar. Será vítima do casamento, será vítima da falta de oportunidade, será vítima dos filhos, será vítima das contas. Ela não reage, ela concorda quando está apanhando das dificuldades – até ajuda a bater.

A mulher-vítima não muda, aguarda que o mundo mude por ela. É triste o jeito que ela se trata, ou o jeito que ela não se trata.

Fui criado por uma mulher excepcional, que não precisava de provas para ser percebida. Apesar de todas as qualidades, era uma mulher-vítima. A mulher-vítima não apaga suas virtudes, ela se esconde delas.

Não cansava de explicar aos filhos que foi abandonada pelo marido. Nunca a ouvi dizer algo de bom dele. Tudo que era bom dele vinha dela e do tempo que viveram juntos. Nunca se casou de novo para contrariar o passado ou absolvê-lo.

A mulher-vítima é romântica. Pelo motivo errado. Não trai suas dores e mágoas pelo orgulho de ter sofrido sozinha."!

(Fabrício Carpinejar)

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Porto Solidão...




♪Se um veleiro repousasse na palma da minha mão

Sopraria com sentimento e deixaria seguir sempre

Rumo ao meu coração, meu coração

Acalma o mar que guarda tamanhos segredos

De versos naufragados e sem tempo

Rimas de ventos e velas, vida que vem e que vai

A solidão que fica e entra 

Me arremessando contra o cais♪
(Jessé)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Debaixo da ponte...

♪Debaixo da ponte da cidade
É onde eu deixei um pouco de sangue
Debaixo da ponte da cidade
Eu não poderia ter o bastante
Debaixo da ponte da cidade
Esqueceu-se do meu amor
Mesmo embaixo da ponte
Eu dei a minha vida.♪
(Red Hot)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Luis Fernando Veríssimo...



Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar,
a coragem para mudar as coisas que não posso aceitar
e a sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco. 

Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois
eles podem estar conectados aos sacos que terei que puxar amanhã. 

Ajude-me, sempre, a dar 100% no meu trabalho... 
- 12% na segunda-feira, 
- 23% na terça-feira, 
- 40% na quarta-feira, 
- 20% na quinta-feira, 
- 5% na sexta-feira. 

E... Ajude-me sempre a lembrar,
quando estiver tendo um dia realmente ruim e todos parecerem estar me enchendo o saco,
que são necessários 42 músculos para socar alguém e apenas 4 para estender meu dedo médio e mandá-lo para aquele lugar... 

Que assim seja!!! 

Viva todos os dias de sua vida como se fosse o último.
Um dia, você acerta.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Atritos...(Roberto Crema)

Ninguém muda ninguém;ninguém muda sozinho;nós mudamos nos encontros.
Simples, mas profundo, preciso.
É nos relacionamentos que nos transformamos.
Somos transformados a partir dos encontros,desde que estejamos abertos e livres para sermos impactados pela idéia e sentimento do outro.
Você já viu a diferença que há entre as pedras que estão na nascente de um rio,e as pedras que estão em sua foz?










As pedras na nascente são toscas,pontiagudas, cheias de arestas.
À medida que elas vão sendo carregadas pelo rio sofrendo a ação da água e se atritando com as outras pedras,ao longo de muitos anos,elas vão sendo polidas, desbastadas.

Assim também agem nossos contatos humanos. Sem eles, a vida seria monótona, árida. A observação mais importante é constatar que não existem sentimentos, bons ou ruins, sem a existência do outro, sem o seu contato.
Passar pela vida sem se permitir um relacionamento próximo com o outro, é não crescer, não evoluir, não se transformar.
É começar e terminar a existência com uma forma tosca, pontiaguda, amorfa.
Quando olho para trás, vejo que hoje carrego em meu ser várias marcas de pessoas extremamente importantes.
Pessoas que, no contato com elas, me permitiram ir dando forma ao que sou, eliminando arestas, transformando-me em alguém melhor,mais suave, mais harmônico, mais integrado.
Outras, sem dúvidas, com suas ações e palavras me criaram novas arestas, que precisaram ser desbastadas
Faz parte...
Reveses momentâneos servem para o crescimento.A isso chamamos experiência.
Penso que existe algo mais profundo,ainda nessa análise.Começamos a jornada da vida como grandes pedras,cheia de excessos. Os seres de grande valor,percebem que ao final da vida,foram perdendo todos os excessos que formavam suas arestas,se aproximando cada vez mais de sua essência,e ficando cada vez menores, menores, menores...
Quando finalmente aceitamos que somos pequenos, ínfimos,dada a compreensão da existência e importância do outro,e principalmente da grandeza de Deus, é que finalmente nos tornamos grandes em valor.
Já viu o tamanho do diamante polido, lapidado? Sabemos quanto se tira de excesso para chegar ao seu âmago. É lá que está o verdadeiro valor...Pois, Deus fez a cada um de nós com um âmago bem forte e muito parecido com o diamante bruto,constituído de muitos elementos,mas essencialmente de amor.
Deus deu a cada um de nós essa capacidade,a de amar...Mas temos que aprender como.
Para chegarmos a esse âmago,temos que nos permitir,através dos relacionamentos,ir desbastando todos os excessos que nos impedem de usá-lo,de fazê-lo brilhar
Por muito tempo em minha vida acreditei que amar significava evitar sentimentos ruins.
Não entendia que ferir e ser ferido, ter e provocar raiva,ignorar e ser ignorado faz parte da construção do aprendizado do amor. Não compreendia que se aprende a amar sentindo todos esses sentimentos contraditórios e...os superando.
Ora, esse sentimentos simplesmentenão ocorrem se não houver envolvimento... E envolvimento gera atrito.
Minha palavra final: ATRITE-SE!
Não existe outra forma de descobrir o amor.
E sem ele a vida não tem significado.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Do livro - A Sagrada Loucura dos Casais, Paule Salomon, Ed. Cultrix.

“O outro é para mim sempre inatingível, seja qual for a intensidade do amor que me anima. O outro me escapa, ele não está jamais onde eu achava que poderia encontrá-lo. Mas, ao mesmo tempo, eu tenho essa maravilhosa capacidade humana de poder me projetar, de me identificar com ele, de sentir o que ele sente ou de imaginar sentir o que ele sente. Eu sou o criador das sensações que recebo dele, e é essa a minha maneira de conhecê-lo, de descrevê-lo, de representá-lo para mim mesmo. A todo instante estou identificado com o meu corpo; tenho consciência do meu eu e posso também me identificar com uma paisagem, uma pedra, com um animal e, sobretudo, com outro ser humano. Eu sinto você, eu adivinho você, eu sou você. A loucura do amor é a vontade de se tornar o outro e tornar-se o outro para se esquecer de si mesmo. A sabedoria do amor está em saber entrar e sair. Eu me torno você, mas volto para mim. Eu adquiro como que uma leveza do ser para me desmultiplicar e, paradoxalmente, é assim que eu me aproximo mais do sentimento de unidade, que é o meu horizonte e a minha nostalgia.”

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Momentos...(Título original:Instantes...)


Se eu pudesse viver novamente a minha vida, 
Na próxima, trataria de cometer mais erros; não tentaria ser tão perfeito. 
Relaxaria mais, seria mais tolo ainda do que tenho sido; 
Na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. 
Seria menos higiênico, correria mais riscos, viajaria mais; 

Contemplaria mais entardeceres, 
subiria mais montanhas, 
nadaria mais rios. 

Iria a mais lugares onde nunca fui, 
Tomaria mais sorvete e menos lentilha. 
Teria mais problemas reais e menos problemas imaginários. 

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente, 
cada minuto de sua vida; 
Claro que tive momentos de alegria. 
Mas, se pudesse voltar a viver, 
trataria de ter somente bons momentos, porque, se não sabem, 
disso é que é feita a vida, 
Só de momentos; 
Não percas O AGORA. 

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, 
uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas; 

Se voltasse a viver, começaria a andar descalço no início da primavera e 
Continuaria assim até o fim do outono. 
Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e 
Brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente. 
Mas, já viram, tenho 85 anos e sei que estou morrendo. 
(Jorge Luiz Borges)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Rubem Alves...

"O segredo do amor é a androgenia: somos todos, homens e mulheres, masculinos e femininos ao mesmo tempo. É preciso saber ouvir. Acolher. Deixar que o outro entre dentro da gente. Ouvir em silêncio. Sem expulsá-lo por meio de argumentos e contra-razões. Nada mais fatal contra o amor que a resposta rápida. Alfange que decapita. Há pessoas muito velhas cujos ouvidos ainda são virginais: nunca foram penetrados. E é preciso saber falar. Há certas falas que são um estupro. Somente sabem falar os que sabem fazer silêncio e ouvir. E, sobretudo, os que se dedicam à difícil arte de adivinhar: adivinhar os mundos adormecidos que habitam os vazios do outro."

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Lindo...

"As mulheres não adoecem mais facilmente no território da emoção por serem mais frágeis do que os homens, como sempre acreditou o machismo que reinou durante milénios. Exceptuando as causas metabólicas, elas adoecem em maior número porque amam, dão-se, entregam-se e preocupam-se mais com os outros do que os homens. Além disso, frequentemente são mais éticas, sensíveis e solidárias do que eles. Elas estão na vanguarda da batalha da vida, por isso, estão mais desprotegidas. Os soldados na frente da batalha têm mais hipóteses de serem alvejados."
(Do livro A saga de um pensador de Augusto Cury)