quinta-feira, 10 de dezembro de 2009



O homem é a mais elevada das criaturas;
a mulher é o sublime dos ideais.


Deus fez para o homem o trono; para a mulher, o altar.
O trono exalta, o altar santifica.


O homem é gênio; a mulher é anjo.
O gênio é imenso, o anjo é indefinível.
Contempla-se o infinito, admira-se o inefável.


A aspiração do homem é a suprema glória;
a aspiração da mulher é a virtude.
A glória faz o grande, a virtude faz o divino.


O homem tem a supremacia; a mulher a preferência.
A supremacia significa a força, a preferência representa o direito.


O homem é forte pela razão; a mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.


O homem é capaz de todos os heroísmos; a mulher,
de todos os sacrifícios.
O heroísmo é nobre, o martírio é sublime.


O homem é um código; a mulher, um evangelho.
O código corrige, o evangelho aperfeiçoa.


O homem é um templo; a mulher, um santuário.
Ante o templo nos descobrimos, ante o santuário nos ajoelhamos.


O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter no crânio uma larva; sonhar é ter na fronte uma auréola.


O homem é um oceano; a mulher, o lago.
O oceano tem a pérola que adorna, o lago tem a poesia que deslumbra.


O homem é a águia que voa; a mulher é o sabiá que canta.
Voar é dominar o espaço; cantar é conquistar a alma.


O homem tem um conselheiro, a sua consciência;
a mulher, uma estrela, a esperança:
O conselheiro guia, a esperança salva.


Enfim : o homem está colocado onde termina a terra;
a mulher onde começa o céu.

(Victor Hugo)

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